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Foto do escritorPor Aí, com Lu e Tavinho

Ouro Preto é um presente do passado

Primeira cidade brasileira Patrimônio Mundial pela Unesco é recheada de história que passeia pelas ruelas, praças, igrejas e casarios no estilo barroco

Ouro Preto

Ouro Preto: seus becos e monumentos estão impregnados de história de Minas e do Brasil (Foto: Lu Rezende)


Chegou o grande dia. Malas arrumadas e prontos para começar mais uma memorável viagem. Desta vez, uma que nos remeterá ao final de século 18. O nosso destino: Ouro Preto, a Vila Rica dos tempos do ouro.

Seguimos pela BR-040 em direção ao Rio de Janeiro. Depois de rodar aproximadamente 20 quilômetros, entramos no trevo sentido Ouro Preto (BR356 – Rodovia dos Inconfidentes) e seguimos até a cidade. Ao todo, somam-se em torno de 100 quilômetros.

A viagem levou cerca de 1h15. Nem sentimos o tempo passar, tamanha a beleza das paisagens. Também não sentimos necessidade fazer paradas. Mas há muitos lugares convidativos para um bom cafezinho com pão de queijo até as refeições. Encontramos, também, postos de gasolina.


Outros séculos


Ao chegarmos em Ouro Preto entramos pelos séculos 18 e 19. Casarios da época (tombados pelo patrimônio), ladeiras íngremes com piso de pedra. Ares do tempo da famigerada escravidão e da riqueza do ouro.

Chegamos ao Hotel Solar de Maria. Uma grande casa da época. Quartos grandes, com janelas de madeira bem grandes também. Tudo muito confortável. A vista do nosso quarto é exuberante. Víamos uma mata com lindas árvores rodeada de pequenos muros de pedra construídos pelos escravos.

Depois de devidamente instalados saímos para almoçar. Preferimos caminhar e apreciar de perto toda a arquitetura da época.

Passamos por vários hotéis, comércio, Igrejas e restaurantes renomados de uma gastronomia conhecida internacionalmente. Chegamos, então, a um grande largo. A famosa Praça Tiradentes, com um belo obelisco que bem no alto se encontra uma estátua em homenagem a esse grande personagem da nossa história, o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes.

Mais imagens do passeio por Ouro Preto (Fotos: Lu Rezende)


Ao fundo, o grande Museu da Inconfidência, em estilo predominantemente barroco. Com todo esse acervo histórico, a cidade é tomada por jovens ávidos do saber. Ouro Preto possui uma renomada Universidade Federal (Ufop). Podemos, assim dizer, que é uma cidade universitária com suas famosas repúblicas.

Como não podia deixar de ser, descemos pela famosa Rua Direita (Rua Barão de Bobadela) onde descobrimos um lugar muito charmoso para almoçarmos ao som de um piano tocado lindamente por um artista local. O Café Gerais é totalmente decorado e segue os modelos da época e possui uma deliciosa comida.

De volta À praça Tiradentes, resolvemos visitar a feirinha de artesanato, que está sempre lá à nossa espera. Repleta de peças em pedra sabão e objetos ornamentados em pedras semipreciosas locais. Tudo de muito bom gosto e com grande significado.

O comércio local é bem provido. Não falta nada.

Entramos numa linda casa de chá para tomarmos um delicioso café com um bolo de maçã. Na verdade, era um sobrado. O Hotel Solar da Ópera. Lá é demais.

Curtimos muito o pôr do sol ao caminhar pelas ladeiras “forradas” de pedra. Ao cair da noite, resolvemos retornar ao nosso hotel depois, é claro, de um bom lanche seguido do delicioso café. Este não pode faltar.

Fica aí uma dica: Quando vierem a Ouro Preto, tragam roupas confortáveis e sapatos baixos com solas de borracha. Sabe aquele famoso tênis velho? Ele mesmo.

Chegamos para uma boa noite de sono. Sempre muito ansiosos pelo dia seguinte.

Domingo: acordamos ansiosos pelo dia que estava prometendo. Tomamos um maravilhoso café da manhã. Muitas variedades, com muita qualidade.

No tour à bordo do jipe adaptado é possível conhecer igrejas cheias de ouro e até uma mina desativada (Fotos: Lu Rezende)


Jipão


Decidimos fazer um passeio cultural a bordo de um “jipão”. Capacidade para seis turistas, o motorista e o guia. Saímos da praça Tiradentes em torno das 10h30. Começamos por visitar a Igreja de Nossa Senhora de Santa Efigênia com sua história contada pelo guia. Um profissional muito solícito e preparado, que sabe de tudo e um pouco mais, pois sempre tem um famoso “causo mineiro” para contar.

Depois de tirarmos fotos maravilhosas de um pequeno mirante ao lado da Igreja saímos em direção à Mina 13 de Maio. Com capacete e na penumbra, entramos pelos caminhos tortuosos e estreitos da mina, que no século 18, abertos nas montanhas daqui pelos escravos, levavam ao tão cobiçado ouro. Toda visita foi feita por uma guia local. Foi uma aula de história, novamente sempre seguida de perto pelos “causos”. Simplesmente incrível.

De lá fomos para a Igreja do Pilar, apreciar de perto a grande beleza do ouro e do barroco, juntos. Tudo de uma riqueza inimaginável. Estávamos vivendo a história, uma história rica em detalhes. Escravos, padres, amores proibidos, portugueses, brasileiros, negros, brancos. Tudo muito enriquecedor.

Fomos almoçar em um restaurante indicado pelo guia, na praça Tiradentes. Fim do passeio. Seguimos por conta própria.

Providenciamos o nosso passaporte do Instituto Estrada Real ali mesmo, no grande largo em homenagem a Tiradentes. Sentimo-nos muito importantes com isso.


Museu da Inconfidência: necessário


Chegou o momento de visitar o Museu da Inconfidência. Grande, suntuoso. A construção é a antiga Casa da Câmara que depois virou a cadeia. Lá encontramos móveis da nobreza da época, armas, roupas, joias, artigos, grandes pedaços da madeira usada na forca usada para matar Tiradentes, tudo de arrepiar. História pura que, por vezes, nos fazia confundir a época de hoje com a dos grandes inconfidentes.

De lá fomos tomar um delicioso café na linda “Esquina da Realeza”. Uma mistura de restaurante, lanchonete e cafeteria. Logo a uns 15 passos dali fica a casa onde viveu Tomáz Antônio Gonzaga. Um dos nossos importantes inconfidentes de Minas.

Andamos mais um pouco pela cidade, nas ladeiras de pedra, na rua Direita, apreciamos o casario histórico belíssimo. Foi um pôr do sol histórico.

Anoiteceu. Fomos tomar um lanche e voltamos ao nosso hotel. Depois de conversarmos sobre o dia e de apreciarmos novamente as lembranças que compramos, fomos descansar. Hora de dormir para ficarmos prontinhos para o dia seguinte. Ele prometia.

Acordamos ansiosos por tudo que nos esperava naquele dia.

Visitar o Museu da Inconfidência é obrigatório para quem visita Ouro Preto (Fotos: Lu Rezende)


Novidade chamada Palácio D’Ouro


Fomos tomar o maravilhoso café da manhã do hotel. Gente, é muito farto, gostoso e servido por pessoas amáveis e gentis. Querem um café da manhã melhor que esse?

Desta vez fomos ao Palácio D’Ouro. Essa visita foi muito aguardada por nós, pois o local havida sido inaugurado já apenas cinco meses para visitação. Possui estacionamento próprio. Valor do ingresso: inteira – 100,00. Caro? Valeu cada centavo que pagamos. Logo na entrada, fomos recebidos pelo receptivo do local. Todos muito educados e gentis. Detalhe: para variar.

Sala de jantar do Palácio D´Ouro

Sala de jantar do Palácio D´Ouro: memória preservada (Foto: Lu Rezende)


Assistimos a um vídeo feito pelo atual dono da casa, digo Palácio. Relatou o processo de reforma da casa, como surgiu a ideia da criação do casarão, quais foram as pessoas envolvidas nesse empreendimento unicamente familiar. Duração de mais ou menos 25 minutos.

Entramos nessa grande casa do século 17 guiados por duas pessoas do receptivo, no caso, duas estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto. Entramos, literalmente, no passado. São aposentos decorados com móveis da época. Tudo muito bem restaurado e resguardado. É como fizéssemos parte da família que morava ali. Os modos e costumes da época foram contados, enquanto andávamos pelo interior da casa. Corredores, quartos, salas e a tão importante cozinha da casa. A casa possui um porão, uma senzala, onde ficavam os escravos domésticos escolhidos pelas suas habilidades.

De lá seguimos para uma grande área interna onde se fazia o manuseio do “ouro bruto” na transformação em ouro em pó, para que, posteriormente, na mesma propriedade, se derretia o para se fazer a lingueta do ouro.

Partimos para a visita à antiga mina de ouro, que fica no terreno do palácio. De capacetes, adentramos ao caminho sinuoso e estreito da mina, ajudados pela iluminação de uma pequena lanterna da guia. Tudo pertencia a família proprietária da casa. Eis a razão do nome de Palácio D’Ouro.

Visitamos os jardins. Muito bem cuidados.

Palácio D ´Ouro é uma das novidades turísticas de Ouro Preto (Fotos: Lu Rezende)


A essa altura já tínhamos conhecimento que atrás da casa havia ainda 19 níveis, onde se localiza uma pequena serra, de retirada da pedra.

Visitamos também, o lugar onde era a senzala. Num subterrâneo.

Localiza-se abaixo do nível da casa. Encontramos ali, objetos de tortura, “banheiros” dos escravos e onde dormiam. Sempre vigiados de perto pelos brancos. Descobrimos uma rota de fuga que não sabemos se algum dia os pobres escravos tiveram êxito na empreitada.

O Palácio D’Ouro também possui um espaço para cafés e lanches com uma maravilhosa vista da cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica. O lugar também possui dois mirantes, de onde é possível fotografar ou filmar.

Foi um passeio único. Sentimos de perto como as pessoas viviam e seus hábitos e costumes. O que comiam, onde dormiam e como se vestiam.

De lá partimos para uma visita ao distrito de Lavras Novas. Meia hora, mais ou menos, de Ouro Preto. Estrada sinuosa e um trecho asfaltado e outro revestido de pedras. Importante dizer que estávamos a percorrer uma grande parte da Estrada Real, o Caminho Velho.

Senzala urbana retratada no porão do casarão do Palácio D ´Ouro (Foto: Lu Rezende)


Colorida Lavras Novas


Lavras Novas, colorida e pacata. A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres ao centro com o casario ao redor. Dizem que era um quilombo de escravos, mas há controvérsias. No centro e ao seu redor, há pousadas aconchegantes e convidativas. Existem diversos restaurantes, cafés e lanchonetes. E gente amável que gosta de uma boa prosa.

Voltamos a Ouro Preto para um necessitado lanche/almoço. Conversamos mais um pouco com os nativos daqui. Sempre um aprendizado. Caminhamos mais um pouco pela cidade e retornamos ao nosso hotel. Fomos descansar para o outro dia estarmos novamente inteiros. Era o dia da partida de volta a Belo Horizonte. Porém, ainda visitaríamos alguns pontos. Boa noite e até lá.

No quarto dia de nossa viagem acordamos nostálgicos. Sentimos um grande prazer a cada momento. Conhecer culturas novas, gente diferente, comidas e costumes que agregam o valor daquele local é sempre enriquecedor.

Dia de ir embora. Fica a certeza de que voltaremos para casa muito melhores do que chegamos em Ouro Preto. Agradecemos a hospitalidade e o carinho com que nos receberam. Foram muito cordiais e prestativos. Esperamos voltar em breve para mais uma expedição. Para aprendermos cada vez mais sobre a nossa história.

Fica aqui o entendimento de que não temos o momento certo de que tudo começou, mas a história, a nossa história, a história de todos, é eterna. Vai continuar pelos tempos que virão, sem ter um fim. Devemos registrá-la.

Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, casinhas coloridas e café charmoso de Lavras Novas (Fotos: Ane Souza e Lu Rezende)

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